segunda-feira, 11 de abril de 2011

Abertura de porta com vítima no interior


No decorrer destas reportagens que tenho vindo a efectuar com os Bombeiros Sapadores de Setúbal, tenho-me apercebido de algumas realidades sociais e outras, e de entre elas, destaco a abertura de portas com vítimas no interior.

Temos vindo a ouvir nos Órgãos de Comunicação Social a alusão ao facto de aparecerem pessoas mortas em casa sem ninguém dar por isso. Nem imaginam os cidadãos, a quantidade de serviços efectuados pelos Bombeiros, mas que, mesmo assim, não evitam que essas pessoas morram, porque, nem elas nem ninguém, conseguem dar o alarme.

A azáfama da sociedade actual, faz com que os idosos fiquem entregues a si próprios, longe dos familiares que lhes poderiam dar atenção e cuidados. As preocupações de todos nós, não chegam para diminuir o tempo de resposta que o salvamento deste tipo de vítimas deverá ter, para não ser descoberta morta, algumas horas ou dias depois, por Bombeiros, familiares, amigos ou vizinhos.

Terão de ser difundidos mais sistemas que possibilitem aos idosos pedirem ajuda, quer automaticamente quer manualmente, para que o socorro seja possível.

Na última abertura de porta, deste tipo, onde estive presente, receava-se o pior. Cerca de 2 horas depois dos familiares tentarem entrar na casa de um familiar com mais de 90 anos, os bombeiros foram chamados.

A auto-escada não teve altura para chegar ao andar, onde a senhora não respondia, e a porta estava fechada por dentro. Depois de ter sido forçada a entrada, com a devida autorização dos familiares, a senhora acordou do seu tranquilo sono e com um olhar sereno, mas alheada de toda a evidente preocupação, nos foi dizendo que estava a dormir e que não tinha ouvido nada.

Desta vez, tal como o título do Blog indica, “Histórias do fim da linha… ou talvez não”

Sem comentários:

Enviar um comentário